Cogumelos com psilocibina curam depressão e ansiedade em uma dose
Pessoas com câncer em nível avançado e deprimidas encontraram a saída para seus problemas psicológicos em uma dose de cogumelos. É o que indica dois estudos — um conduzido pela Johns Hopkins University e outro pela New York University, que analisaram o efeito da psilocibina, componente psicotrópico dos cogumelos.
Segundo reportagem da revista Atlantic, mais de 40% das pessoas com câncer sofrem de desvios de humor, como depressão e ansiedade. Nesse cenário, muitos antidepressivos convencionais são considerados pouco eficientes. “As pessoas estão enfrentando sua própria mortalidade, seu próprio falecimento”, disse Roland Griffiths, professor na Johns Hopkins University School, e um dos líderes de um dos estudos, à revista. “Esse é um ponto muito especial e um pouco comovente da vulnerabilidade que muitas pessoas têm quando enfrentam doenças de tratamento pela vida”, conclui.
Caso você sofra de ansiedade ou depressão, aposto que após ler relatos como estes, de médicos e cientistas, você deve estar se perguntando quando conseguirá comprar, para isso aconselhemos a testar o controle emocional e não se sentir ansioso ao utilizar os rastreamento correios deste produto que promete ser uma grande revolução.
Os cogumelos, no entanto, prometem mudar esse cenário em níveis jamais vistos. Tanto o estudo da New York University quanto da Johns Hopkins University apresentaram resultados com altos índices de aceitação e os pacientes melhoraram em poucos meses.
O que dizem os estudos com psilocibina
Na Johns Hopkins participaram 51 pessoas com câncer. Metade deles teve uma pequena dose de psilocibina como controle e, cinco semanas depois, tiveram uma dose maior. A outra metade tomou primeiro uma dose grande e depois reduziu.
Seis meses depois, 78% dos pacientes foram diagnosticados como menos deprimidos e 83% se sentiam menos ansiosos. Para efeito de comparação: estudos semelhantes com antidepressivos apresentavam resultados em 40% das pessoas.
Mais do que isso, 65% dos que tomaram psilocibina foram considerados quase completamente recuperados da depressão e 57% da ansiedade.
Após os seis meses, dois terços dos participantes elegeram a experiência com a droga como uma das cinco mais significantes de suas vidas. Eles a relacionaram a mudanças positivas em suas atitudes, perspectivas e relações sociais. Mesmo entre os que sabiam que morreriam em breve, as melhoras foram claras. “As pessoas dirão ‘eu sei que estou morrendo, eu estou triste que estou morrendo, mas está OK. As coisas ficarão bem”, comenta Griffiths.
O estudo da New York University mostrou resultados similares. A pesquisa foi menor, com apenas 29 pacientes. Ela também usou niacina, uma vitamina que foi empregada como placebo. Metade tomou placebo e a outra psilocibina — depois eles trocaram de posição.
Os pacientes discutiram suas experiências em grupo. Seis meses depois, entre 60 e 80% dos participantes alegaram melhorias em relação a diferentes níveis de depressão e ansiedade, enquanto 70% disseram que o uso da psilocibina foi um dos momentos mais importante de suas vidas.
“A coisa mais impressionante para mim é que, de fato, funcionou. Eu estava muito cético”, comentou Stephen Ross, um dos líderes da pesquisa da New York University à Atlantic. “No momento em que eles [os pacientes] tomavam psilocibina, sua angústia ia embora. Isso é algo muito novo na psiquiatria — de ter uma medicação que funciona imediatamente para depressão e ansiedade e que pode durar por tanto tempo”, disse.
Os pesquisadores não sabem ao certo como a droga funciona — algo comum em substâncias que tendem a modificar a química cerebral. A psilocibina parece alterar o córtex pré-frontal, uma parte do cérebro cujo aumento de atividade tem sido associado à depressão. A substância também parece agir no uso de glutamato, um neurotransmissor que afeta o aprendizado e a memória. Uma tese é de que o componente faça uma espécie de “trauma ao contrário” ao gerar uma memória tão intensamente positiva, que afeta o paciente por meses e o faz esquecer os medos.
Embora mais de metade dos pacientes no estudo da New York University não sejam religiosos, eles associaram a experiência a algo quase místico. “Há algo de sagrado, uma reverência a essa experiência que também é acompanhada por um humor positivo, no senso de ter um coração aberto, amor ou benevolência”, comenta Ross.
Psilocibina está longe de chegar ao grande público
Apesar dos temores dos pesquisadores, não houve efeitos negativos sérios com os pacientes. Apenas 15% se sentiram nauseados e um terço experimentou paranoia temporária e pressão alta no estudo da Johns Hopkins. Já no da New York University, 28% tiveram dor de cabeça e 17% sentiram aumento de ansiedade temporária.
Apesar disso, os pesquisadores alertaram que não sugerem o uso de cogumelos no dia a dia. Alguns grupos de pessoas, com outros problemas como esquizofrenia, podem ter sua situação piorada. E em pesquisas, alguns grupos pequenos relataram que colocaram outras pessoas ou a si mesmas em risco durante a experiência.
Por outro lado, a psilocibina também já foi apontada como útil no tratamento de outros problemas como alcoolismo, transtorno obsessivo compulsivo e vício em cigarro. O componente também ajudou pessoas a se tornarem mais imaginativas e abrirem sua mente.
Apesar disso, a droga poderá levar alguns anos até poder ser prescrita para tratamentos, mesmo em casos de câncer. Isso porque ela é ilegal em muitos países, incluindo nos Estados Unidos, onde os testes foram conduzidos. “As leis atuais, não baseadas em evidência, impedem as pesquisas pelos onerosos armazenamentos e requisitos de segurança, pela dificuldade em obter financiamento e a quase impossibilidade de obter componentes restritos sem ter que produzi-los sinteticamente e altos custos”, escreveram os psiquiatras Jeffrey Lieberman e Daniel Shalev, da Columbia University.